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sessão de fisioterapia

fISOTERAPIA

QUEDAS EM IDOSOS

PREVENÇÃO E REDUÇÃO DOS FATORES QUE PREDISPÕEM QUEDAS EM IDOSOS

 

Daniel Scalise Elias
Fisioterapeuta
CREFITO-3/ 71124-F

 

A preocupação pelo tema surgiu não só pelo crescimento populacional dessa faixa etária e os riscos representados por essas quedas, mas a partir da realização de uma pesquisa de campo em asilos da cidade de Marília-SP, através de dados do município, da pesquisa e entrevistas com pessoas da faixa etária em questão. Quando foi possível constatar o problema e ter subsídios que tornaram viável levantar essa questão. Além disso, a pesquisa citada deixou em aberto a possibilidade de pesquisar e identificar formas de prevenção e intervenção que poderiam ajudar a evitar e/ou minimizar as quedas nessa população.

O aumento significativo referente ao envelhecimento populacional, tanto global como especificamente no Brasil que ocorre principalmente pelos avanços da Medicina, com um grande número de idosos independentes e com qualidade de vida.

O envelhecimento da população, entretanto, pode trazer, paralelamente, um crescimento de doenças crônicas e degenerativas e de situações que tornam o idoso incapacitado, nessas situações tem-se as quedas, que representam problemas comuns e que chegam a trazer sérios problemas clínicos para esses idosos.

Portanto, apesar das quedas estarem presentes na vida da maioria dos idosos, a ocorrência das mesmas leva a uma série de fatores implicando em insegurança e desmotivação, podendo ser causadoras de dificuldade de locomoção e até morte na terceira idade.   

A queda marca o início de uma importante diminuição de determinada função, problemas de postura ou ainda pode ser sintoma de uma patologia, pode ser considerada um marcador do início de um importante declínio de determinada função ou um sintoma de uma patologia nova, entre outras causas ( CHRISTOFOLETTI et al., 2006). Alguns fatores que levam às quedas estão relacionados a fatores fisiológicos, foco de trabalho, que aumentam com a idade, a fragilidade do indivíduo, o histórico de quedas, condições de saúde, entre outros.

Existem também os fatores de dificuldade relacionados ao meio ambiente em que o indivíduo se encontra 

Por serem causadas por muitos fatores de risco, fica muito complexa a prevenção e a compreensão das quedas, mas a avaliação dos fatores que levam ao risco das quedas é eficiente para sua prevenção.

INTRODUÇÃO

Atualmente as quedas em idosos são consideradas um grande problema relacionado a saúde pública, devido a elevar a mortalidade, a morbidade, além da elevação de custos familiares e sociais.

O envelhecimento é um processo natural do ser humano e inevitável, esse envelhecimento leva a alterações estruturais e funcionais (MACHADO, 2013).

Segundo Sousa (2011) os fatores responsáveis pela queda em idosos são variados e pode ocorrer associação entre eles. Sendo classificados como intrínsecos os que estão relacionados ao envelhecimento, doenças ou alterações causadas por medicamentos, e os extrínsecos que se refere a fatores ambientais e circunstâncias sociais.

Entre os fatores de risco destaca-se também o histórico pregresso de quedas. Dessa forma existe a necessidade de se gerenciar o risco das quedas, incluindo a investigação, identificação, notificação, aprender com erros e mudança no progresso, visando evitar as quedas ou ao menos diminuir a ocorrência das mesmas (STAHLHOEFER, 2014).

Inácio (2011) afirma que geralmente essas quedas levam a um quadro, mesmo que por tempo limitado, de perda de autonomia e de independência. Com relação as consequências, as mais comum são citadas as fraturas, atividades restritas, imobilidade, maior risco de internação, prejuízos psicológicos, declínio da saúde, medo de novas quedas e riscos de morte.

Conforme descrição feita por Martins (2014) a realização regular de atividade física tende a aumentar a expectativa de vida, reduzindo a morbidade e mortalidade, reduzindo também a utilização de medicamentos. Além de proporcionar benefícios metabólicos, neuromuscular, psicológicos, proporcionando uma maior autonomia, manutenção da independência, melhor mobilidade, redução das quedas, melhorando autoestima e a autoimagem.

De acordo com Sousa (2011), quando se refere às causas de quedas dois grandes grupos são descritos: causas extrínsecas, quando estão relacionadas aos obstáculos que não podem ser ultrapassados pelo idoso no ambiente ou condições sociais de risco; a outras causas são as intrínsecas, quando se relaciona com o envelhecimento, devidos as alterações fisiológicas, patologias e/ou uso de medicamentos.  

QUEDAS EM IDOSOS

As quedas na população idosa gera não somente prejuízos físicos (incapacidade funcional e a restrição de mobilidade) e os prejuízos psicológicos (insegurança, isolamento social e medo de cair novamente), como também um aumento de custos relacionados com os cuidados a saúde, pela utilização de diversos serviços especializados e sobretudo pelo crescimento nas hospitalizações. Assim a saúde e a qualidade de vida do idoso são prejudicadas por esses fatores (MESQUITA et al., 2009; RIBEIRO et al., 2008).     

Outra questão de importância fundamental é que, a queda gera um conceito de fracasso e decadência para a pessoa idosa, devido a percepção com relação a perda da capacidade, intensificando o sentimento de medo, vulnerabilidade, humilhação, ameaça e culpa (TINETTI & POWELL, 1993).    

O Medo de cair consequentemente afeta negativamente com relação à capacidade do idoso em realizar normalmente as suas atividades de vida diária, perda da independência, restrição com relação às atividades físicas, além de repercutir de forma negativa funcionalmente e do bem-estar físico, o que explica o grau de prevalente sedentário no estilo de vida nos idosos (GUIMARÃES & FARINATTI, 2005).

Com o estilo de vida mais sedentário acarreta na redução do equilíbrio e da mobilidade, predispondo um aumento no risco para as quedas, assim como o medo delas ocorrerem. Por esse motivo, sendo comparado a um círculo vicioso, no qual está incluso o risco das quedas, com o déficit da mobilidade e equilíbrio, levando ao medo de quedas, redução funcional propiciando novamente o sentimento de medo (RESENDE, RASSI & VIANA, 2008; BERLEZI et al., 2006).  

 

FATORES DE RISCO PARA AS QUEDAS

Quando se trata de causas extrínsecas Couto (2016) relata que perante as interferências do ambiente domiciliar no risco de queda de idosos, destaca-se o chão escorregadio e/ou com falta de nivelamento; relevo de soleiras; tapetes de um modo geral, mas principalmente os soltos; falta de uma iluminação adequada; a falta de corrimão, não somente em escadas como em corredores; inadequação de mobilhas que podem ser pontiagudas e/ou em alturas que dificultem a sua utilização; distribuição inadequada da mobilha, o que pode dificultar a mobilidade e/ou obstruir a passagem; falta de barras de apoio em banheiros; ausência de tapetes antiderrapantes para box; maçanetas que dificultem o manuseio; o mal posicionamento de interruptores, sendo em sua maiorias sendo instalados demasiadamente baixos e/ou distantes do local de acesso do ambiente; ausência de faixas antiderrapantes ou com sinalização em degraus, associado muitas vezes com degraus altos e/ou estreitos; inadequação nas alturas de cadeiras, camas e/ou assentos sanitários associado ou não a ausência de apoiadores laterais; destaca também atenção aos riscos que podem ser causados por utensílios domésticos e equipamentos.

Com relação aos fatores intrínsecos, destacam-se alterações da consciência, distúrbios relacionados ao equilíbrio, déficits motores e/ou sensoriais, hipotensão postural, síncope, incontinência vesical e/ou intestinal, uso de medicamentos e patologias associadas á quedas, com destaques para as osteoarticulares, cardiovasculares e doenças neurológicas (STAHLHOEFER, 2014).

 

INTERVENÇÃO PREVENTIVA

Gontijo (2011) destaca em seu estudo que a proposta de intervenção, visando prevenir e/ou minimizar os riscos de quedas em idosos deve ser realizada orientando o idoso e seus familiares e/ou cuidadores quantos aos fatores de riscos referentes às quedas, de uma forma que possa facilitar a compreensão a fim de estimular a pratica e tornando os participantes ativos. Além de um regular programa de exercícios supervisionados, visando a melhorar do equilíbrio e a marcha; proporcionar uma melhor amplitude da articulação proximal em membros inferiores, além de um fortalecimento da musculatura dessa região; alongar e aumentar a flexibilidade muscular; melhorar a socialização dos idosos. Isso deve ser trabalhado através da estimulação da participação pelo idoso, de grupos de atividades físicas, ocupacionais e recreativas. 

Uma eficaz estratégia para se prevenir as quedas é prática de atividade física, visando flexibilidade, melhora da força muscular e do controle motor, acaba por minimizar os declínios da capacidade funcional, necessária para que ele possa ter uma vida independente e com isso melhores condições de saúde. Para idosos praticantes de atividades físicas a propensão de quedas é menor quando comparado com idosos sedentários. (INÁCIO, 2011).

Segundo RESENDE et Al. 2008, a prática de exercícios físicos através da hidroterapia,  tem se mostrado eficazes para prevenir quedas, pelo fato de melhorar  a força muscular, o equilíbrio, a flexibilidade e a coordenação motora, entre outras funções. Entretanto, é de fundamental importância a conscientização dos idosos, que deve ser realizada por meio de exercícios e de orientações sistemáticas, por profissionais, com o intuito de torná-los mais preparados, atentos e cautelosos em relação às quedas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Ministério da Saúde/ Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

CHRISTOFOLETTI, G. et al. Risco de quedas em idosos com doença de Parkinson e demência de Alzheimer: um estudo transversal. Rev Bras Fisioter, São Carlos/SP, v. 10, n. 4, p. 429-433, out./dez. 2006.

COUTO, F. M. T. A influência dos fatores extrínsecos no risco de queda de idosos em ambiente domiciliares: um estudo à luz da arquitetura de interiores. Juiz de Fora, 2016.

GONTIJO, K. C. P. Proposta de intervenção na prevenção de quedas dos idosos no ambiente domiciliar. Formiga, 2011.

INÁCIO, C. C. F. Prevenção de quedas em idosos: possibilidades da garantia de um envelhecimento saudável. Salvador, 2011.

MACHADO, J. D. Benefícios da cinesioterapia no tratamento domiciliar dos comprometimentos motores e limitações funcionais ao paciente idoso restrito ao leito por sequela de acidente vascular encefálico (AVE): estudo de caso. Paracatu, 2013.

MARTINS, C. S. Projeto de intervenção: fisioterapia preventiva na funcionalidade do idoso. São Leopoldo. 2014.

PERRACINI, M. R. Desafios da prevenção e do manejo de quedas em idosos. BIS – Boletim do Instituto de Saúde, n. 47, p. 45-48, abril 2009.

RESENDE, S. M.; RASSI, C. M.; VIANA, F. P. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas. Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008.

SIQUEIRA, F. V. et al. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 5, p. 749-56, 2007.

SOUSA, G. M. Conseguências causadas pelas quedas à qualidade de vida do idoso. Dom Cavati, 2011.

STAHLHOEFER, T. Quedas de paciente no ambiente hospitalar. Curitiba, 2014.

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